O entusiasta Diego Borges, elucida que reformar um imóvel é uma das formas mais eficientes de valorizar patrimônio, adequar espaços às necessidades atuais e corrigir problemas estruturais que se acumulam com o tempo. No entanto, quando a reforma é mal planejada, pode se transformar em fonte de dor de cabeça, conflitos e gastos muito acima do esperado. Entender as etapas corretas e os cuidados indispensáveis é o caminho mais seguro para evitar prejuízos e garantir um resultado de qualidade, seja em imóveis residenciais, comerciais ou mistos.
Neste artigo tenha orientações sobre como funcionam as etapas e cuidados ao reformar um imóvel, e o que se atentar em meios técnicos.
Planejamento inicial: diagnóstico, objetivo e orçamento realista
Antes de iniciar qualquer obra, é essencial realizar um diagnóstico cuidadoso das condições do imóvel. Isso envolve observar fissuras, infiltrações, problemas elétricos, hidráulicos, estruturais e de ventilação. Segundo Diego Borges, essa análise inicial deve ser feita de forma técnica, preferencialmente com apoio de engenheiro ou arquiteto, evitando decisões baseadas apenas na aparência do imóvel.
Definir o objetivo da reforma é outra etapa central: é uma adequação estética? Ampliação de cômodos? Correção de problemas estruturais? Mudança de uso do imóvel? Quanto mais claros forem os objetivos, mais fácil será dimensionar escopo, prazo e orçamento. Reformas que começam apenas com a ideia de “dar uma melhorada” costumam crescer descontroladamente, gerando aditivos e discussões ao longo da execução.
Um orçamento realista precisa considerar não apenas materiais e mão de obra, mas também taxas, licenças, possíveis reforços estruturais e uma margem para imprevistos. Diego Borges recomenda reservar um percentual adicional de, em geral, entre 10% e 20% para cobrir surpresas que surgem após a retirada de revestimentos e demolições, quando aparecem problemas que não eram visíveis na vistoria inicial.
Projeto técnico: por que não é boa ideia “fazer sem planta”?
Muitos prejuízos em reformas de imóveis têm origem na ausência de projeto técnico. Obra sem projeto é obra sem roteiro. Por isso, Diego Borges elucida que investir em um projeto bem feito, arquitetônico, elétrico, hidráulico e, quando necessário, estrutural, evita retrabalho, compra de materiais incorretos, instalações improvisadas e conflitos entre os diferentes serviços.
O projeto permite simular soluções antes de executá-las, prevendo passagens de tubulações, pontos de iluminação, tomada, circulação de pessoas e disposição de mobiliário. Isso evita, por exemplo, a situação em que o cliente descobre, já com a obra avançada, que a quantidade de tomadas é insuficiente, que a iluminação ficou mal distribuída ou que uma porta foi posicionada de forma inadequada.
Além disso, muitas intervenções exigem responsabilidade técnica formal, por meio de ART ou RRT. Diego Borges reforça que, em reformas com alterações estruturais, mudanças de uso ou intervenções significativas em instalações, ter um profissional responsável não é só uma exigência legal, mas uma proteção para o proprietário, que passa a contar com parâmetros técnicos claros para cobrar qualidade da execução.
Escolha de profissionais e empresas: critério, contrato e comunicação
A escolha de quem vai executar a reforma é um dos pontos mais delicados. Orçamentos muito baixos, sem detalhamento, podem ser sinal de futuros problemas. Com isso, é fundamental analisar histórico, referências, portfólio e forma de trabalho de profissionais e empresas, em vez de decidir apenas pelo menor preço. Uma proposta detalhada, com etapas, materiais, prazos e responsabilidades definidos, oferece mais segurança do que uma promessa genérica.
Formalizar a contratação por escrito é indispensável. O contrato deve especificar escopo da obra, prazos, forma de pagamento, materiais inclusos, critérios para mudanças e responsabilidades em caso de atrasos ou falhas. Sem esse documento, cobranças futuras se tornam imprecisas e subjetivas, alimentando conflitos e disputas. Diego Borges lembra que a clareza contratual é um investimento em previsibilidade.
A comunicação ao longo da reforma também é crucial, portanto, definir um canal oficial (reuniões periódicas, grupo específico, relatórios de obra) ajuda a manter todas as partes alinhadas. Mudanças de escopo, alterações de materiais e novos pedidos devem ser registrados, com impactos em custo e prazo explicitados. Isso evita a sensação de “surpresas” ao final, quando o orçamento inicial já foi superado.
Cuidados essenciais durante a execução da reforma
Mesmo com bom planejamento, a forma como a reforma é conduzida no dia a dia pode aproximar ou afastar o risco de prejuízo. Alguns cuidados práticos que Diego Borges considera fundamentais incluem:
- Acompanhar a obra com frequência, sem ser invasivo: Visitas regulares permitem identificar desvios cedo, mas é importante respeitar a hierarquia da equipe, conversando sempre com o responsável técnico.
- Conferir se o que está sendo executado segue o projeto: Mudanças improvisadas em campo, sem atualização de projeto, são fonte comum de problemas futuros, especialmente em instalações elétricas e hidráulicas.
- Verificar a qualidade dos materiais entregues e utilizados: Materiais de baixa qualidade ou diferentes do especificado em projeto podem comprometer durabilidade e desempenho, além de gerar retrabalho.
- Controlar o cronograma e registrar atrasos e motivos: Ter uma linha do tempo clara ajuda a cobrar ajustes e renegociações de forma objetiva, com base em fatos e registros.

Esses cuidados simples reduzem o risco de que problemas pequenos se transformem em grandes prejuízos.
Pontos críticos em instalações, estrutura e acabamentos
Alguns componentes da reforma exigem atenção redobrada. Instalações elétricas mal dimensionadas, por exemplo, podem causar sobrecargas, aquecimento de cabos e riscos de incêndio. Instalações hidráulicas mal executadas levam a vazamentos ocultos, infiltrações e danos em revestimentos. Ou seja, economizar nessas fases é uma falsa vantagem: o custo de correção posterior costuma ser muito maior do que o investimento inicial em materiais e mão de obra qualificados.
Intervenções estruturais, como remoção de paredes, abertura de vãos ou criação de mezaninos, só devem ser realizadas com projeto e cálculo profissional. Derrubar alvenarias que parecem “inofensivas” pode comprometer a estabilidade e segurança de toda a edificação. Da mesma forma, a correção de trincas e recalques deve ser precedida de diagnóstico adequado, e não apenas mascarada com massa e pintura.
Em acabamentos, o cuidado com prumo, nível, paginação de pisos e revestimentos faz grande diferença no resultado final. Erros de execução nessa etapa, ainda que não comprometam a segurança, podem desvalorizar esteticamente o imóvel e gerar frustração. Diego Borges enfatiza que os acabamentos de qualidade dependem não apenas de bons materiais, mas do preparo adequado da base e de profissionais que respeitem prazos e processos de cura e secagem.
Como evitar prejuízo e transformar a reforma em valorização?
Evitar prejuízo em reformas passa por enxergar o processo como um projeto completo, com início, meio e fim bem estruturados. Diego Borges apresenta que os principais pilares são: planejamento detalhado, projeto técnico consistente, contratação responsável, acompanhamento ativo e respeito às boas práticas de execução. Quando esses elementos estão presentes, a reforma deixa de ser um conjunto de improvisos e se torna uma intervenção controlada.
Também é importante manter o foco na coerência entre investimento e valor agregado. Reformas que extrapolam a realidade do mercado local, com custos muito superiores ao patamar de venda ou locação daquele tipo de imóvel, podem não gerar retorno financeiro proporcional. Para além disso, alinhar as escolhas de padrão de acabamento e escopo à estratégia de uso, seja moradia própria, locação ou revenda, é uma essencial.
Em síntese, reformar um imóvel é uma oportunidade de corrigir problemas, modernizar espaços e aumentar o valor patrimonial. Mas isso só se concretiza plenamente quando o processo é conduzido com técnica, planejamento e cuidado em cada etapa. Ao seguir esses passos e adotar uma postura profissional na condução da obra, o proprietário aumenta as chances de transformar a reforma em um investimento sólido, e não em uma fonte de prejuízos e arrependimentos.
Autor: Nikolaeva Orlova



